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Creme dental: a importância desse elemento base na higiene bucal

Indispensável na hora da escovação e sempre acompanhado de uma boa escova de dentes. O creme dental ajuda a limpar o sorriso. Ou seja, prevenindo o aparecimento de doenças bucais.

Nesse sentido, placa bacteriana, cáries e manchas são algumas das doenças combatidas pelo creme dental. Logo, suas propriedades ricas em flúor garantem que ele seja essencial para quem quer garantir um belo sorriso saudável.

Nesse artigo você entenderá mais sobre as funcionalidades do creme dental e sua importância para higienização bucal.

O uso correto do creme dental

Mesmo com todas essas propriedades que beneficiam a saúde bucal, não é correto extrapolar no uso do creme dental. Nesse sentido, o excesso de espuma pode atrapalhar o processo de limpeza ao invés de ajudar.

 

Atualmente, muitos pacientes têm a impressão de que a quantidade de creme dental deixará a higiene bucal melhor, porém quem faz o trabalho principal é a escova.

 

Vale lembrar que o tempo ideal para conseguir escovar todos os dentes é de 2 minutos, e o nível de espuma pode atrapalhar nesse tempo. Portanto, para não exagerar no creme dental, os profissionais indicam que a quantidade usada seja do tamanho de uma ervilha.

 

Para os pais e mães de plantão, a quantidade de creme dental para a escovação dos dentes dos filhos deve ser ainda menor, algo semelhante a um grão de arroz.

Erosão Dentária em Crianças e Adolescentes

O que é erosão dentária?

Erosão dentária é definida pela perda irreversível de estrutura dental como resultado de um processo químico de desmineralização lento, gradual e progressivo não causado por bactérias, diferente da doença cárie (onde os ácidos são produzidos por bactérias). O agente etiológico é o ácido de natureza diversa, não bacteriana, o que torna esta patologia complexa.

A preocupação maior nos últimos tempos relacionada à saúde bucal das crianças, embora tenha ocorrido um declínio na prevalência da doença cárie, observa-se um aumento significativo no número de crianças e adolescentes que tem apresentado erosão dentária. Isso reflete num maior impacto na dentição decídua (dentes de leite), pois a espessura de esmalte e dentina desses dentes é mais delgada que dos dentes permanentes, ou seja, o processo ocorre mais rapidamente.

Quais as causas de erosão dentária?

A relação entre dieta e erosão dentária tem recebido destaque em estudos recentes, pela forma inadequada como as crianças tem se alimentando. Existe um consumo excessivo de bebidas como sucos naturais / artificiais, refrigerantes (principalmente quando oferecidos em mamadeiras) e alimentos ácidos, aliados à sua introdução cada vez mais precoce.

Além da alimentação, o consumo de ácidos pode estar associado à administração de medicamentos de uso contínuo, refluxo gastroesofágico, anorexia, bulimia, vômitos frequentes e xerostomia (boca seca). A doença do refluxo gastroesofágico é definida como a passagem involuntária do conteúdo gástrico para o esôfago, assim como bulimia e anorexia são alguns fatores intrínsecos de erosão dental que expõem as estruturas dentais ao ácido clorídrico proveniente do estômago, que apresenta pH inferior a 2.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico precoce deste tipo de alteração no esmalte, especialmente na dentição decídua onde o processo é mais acelerado, é de extrema importância para prevenção de danos irreversíveis para esses dentes e futuramente para a dentição permanente. Quando não tratada pode levar a perdas extensas da estrutura dentária, com sintomatologia dolorosa além de comprometimento estético e funcional até mesmo com envolvimento pulpar (em decorrência da exposição da polpa (nervo do dente) causada pelo desgaste excessivo dentário).

Cabe ao cirurgião dentista atentar para alterações importantes que podem ser observadas durante o exame clínico da cavidade bucal. Os dentes acometidos apresentam perda do brilho “natural”, exposição de dentina nas superfícies vestibular, palatina e lingual, perda de estrutura e de sulcos no esmalte, e ainda o paciente pode relatar sensibilidade ao frio, ao calor, doce, entre outros aspectos clínicos. O conhecimento dos fatores que levam a erosão dentária contribui para controle dos fatores que possam estar desencadeando a alteração.

Quais as medidas de prevenção a serem tomadas?

As medidas de prevenção da EROSÃO DENTÁRIA incluem orientações como:

  • Reduzir a quantidade e a frequência do consumo de bebidas e alimentos ácidos;
  • Evitar consumo de bebidas ácidas, especialmente próximo da hora de dormir;
  • Não utilizar bebidas ácidas (sucos, refrigerantes) em mamadeiras;
  • Consumir moderadamente bebidas ácidas e preferencialmente geladas evitando ficar com elas na boca e bochecha-las;
  • Dar preferencia por água e bebidas nutritivas, como leite por exemplo;
  • Evitar escovar os dentes logo após um “desafio” erosivo (em especial para os pacientes com bulimia, refluxo gastroesofágico ou padrões não usuais de dieta) – os pacientes com diagnóstico de erosão dentária serão orientados pelo cirurgião dentista qual a melhor forma e o que usar para higiene nestes casos.

Em um estudo de HOLBROOK et al. (2009) com objetivo de avaliar a localização e a severidade da erosão dentária com respeito aos fatores etiológicos, observou associações significativas entre erosão dentária e refluxo gastroesofágico diagnosticado e consumo diário de bebidas ácidas.

 

Tratamento da erosão dentária

Sabendo que a etiologia da erosão dentária é complexa, desencadeada pela interação de fatores intrínsecos e extrínsecos associados a outros tipos de desgastes dentários como atrição e abrasão, o diagnóstico da origem da mesma é de grande importância, a qualquer suspeita de erosão dentária, uma avaliação criteriosa dos hábitos alimentares dos pacientes e uma anamnese detalhada sobre a saúde geral, uso de medicamentos devem ser realizadas.

Na dúvida de qual fator possa estar desencadeando a erosão dentária, após excluídas causas alimentares e medicamentosas, mesmo crianças assintomáticas devem ser encaminhadas para uma avaliação e investigação gastroenterológica para diagnóstico e tratamento do refluxo gastroesofágico quando necessário.

O tratamento da erosão dentária compreende a educação dos pais e responsáveis pelas crianças e adolescentes sobre as conseqüências do processo erosivo para dentição afim de que ocorra o controle do mesmo, mudança nos hábitos alimentares quando necessário e só após o adquirir esse controle, é que o tratamento restaurador/reabilitador deverá ser realizado, quando indicado.

Dessa forma, é essencial que as crianças e adolescentes façam visitas regulares ao cirurgião dentista Odontopediatra para que alterações nas estruturas dentárias sejam diagnosticadas e tratadas precocemente quando diagnosticadas.

Referências:

  1. UFRGS – LUME – Repositório Digital – CORREIA R. – EROSÃO DENTÁRIA: UMA ABORDAGEM ESTÉTICA CONSERVADORA – DESCRIÇÃO DE CASO CLÍNICO – Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito básico para obtenção do título de Especialista em Dentística, julho/2013.
  2. UFRGS – LUME – Repositório Digital – CHEMALE S. – AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE EROSÃO DENTAL EM CRIANÇAS COM DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO: RELATOS DE CASOS CLÍNICOS – Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010.
  3. HOOLBROOK W.P., FURUHOLMJ., GUDMUNDSSON K., THEODORÓS A., MEURMAN J.H. Gastric Reflux is a Significant Causative Factor of Tooth Erosion. J Dent Res., v.88, n.5, p.422-426, Jan 2009.
  4. CARDOSO A.C. Atlas clínico da corrosão do esmlate e da dentina: diagnóstico e tratamento. São Paulo (SP): Quintessence, 2007.

Qual a idade ideal para iniciar o Tratamento Ortodôntico em Crianças e Adolescentes?

 

Quando se pensa em tratamento ortodôntico em crianças e adolescentes, frequentemente há por parte dos pais e, inclusive por parte de alguns profissionais, uma dúvida sobre a idade ideal para o início do tratamento. Não existe uma idade correta para início de todos os tratamentos ortodônticos, e essa definição vai depender de alguns fatores como o do tipo de má-oclusão apresentada, severidade do problema, condição psicológica do paciente para aceitação e cooperação no tratamento e implicação estética, funcional e psicológica da má-oclusão no desenvolvimento do paciente.

Más-oclusões que prejudiquem o desenvolvimento normal da oclusão paciente, como as mordidas cruzadas posteriores e anteriores, essa última frequentemente associada a má-oclusão de Classe III de Angle, devem ser interceptadas precocemente, muitas vezes ainda em dentição decídua (entre 4 e 5 anos de idade), se o perfil psicológico do paciente for condizente com o tratamento nessa idade (Figuras 1A e 1B).

Figura 1. Paciente com 4 anos na fase de dentição decídua portadora de mordida cruzada total (anterior e posterior) e má-oclusão de Classe III , tratada com expansão e protração maxilar.

A mordida aberta pode ser tratada na dentição decídua somente com eliminação de hábitos nocivos, sem necessidade de interceptação. Na dentição mista (6 a 10 anos de idade), normalmente a eliminação do hábito não é suficiente para o fechamento da mordida e então é necessária terapia de intervenção ortodôntica assim que o paciente possuir incisivos e primeiros molares irrompidos, em torno de 7 anos de idade (Figuras 2A e 2B).

Figura 2. Paciente com 7 anos na fase de dentição mista portador de mordida aberta anterior proveniente de hábito de chupeta interrompido 1 ano antes e apresentando interposição de língua na deglutição e fala que impediam o fechamento espontâneo. Paciente foi tratado com esporões linguais para impedir a atividade anormal da língua e após o fechamento foi encaminhado para fonoaudiologia.

Procedimentos preventivos de manutenção de espaço devem ser realizados sempre que há perda precoce de dentes decíduos (dente permanente sucessor aquém  do estágio 7 de Nolla e grande quantidade de osso alveolar frente a coroa do dente permanente). Supervisão de espaço é um procedimento de distribuição de espaços ocupando o espaço livre de Nance para resolução de problemas de apinhamentos anteriores e deve ser iniciado em primeiro período de dentição mista (7 anos de idade) estendo-se até o final da dentição mista (10 anos). A recuperação de espaços é um procedimento interceptativo realizado sempre que há perda de dentes decíduos sem que os procedimentos de manutenção tenham sido respeitados e deve ser o mais cedo possível após a detecção do problema, para permitir a erupção espontânea do dente permanente.

O tratamento da má-oclusão de Classe II normalmente pode ser iniciado em   final de segunda fase de dentição mista ou dentição permanente precoce, obtendo-se resultados semelhantes àqueles obtidos caso o tratamento fosse iniciado precocemente, em primeira fase de transição da dentição mista. Exceções a essa regra são casos onde há grande risco de fratura de incisivos superiores devido a sobressaliência aumentada e ausência de selamento labial passivo e também em situações de comprometimento psicossocial do paciente devido ao problema estético proveniente da má-oclusão.

Referências

Farret MM, Jurach EM, Guimarães MB, Guimarães MB. Supervisão de espaço na dentição mista e sua correlação com o apinhamento dentário na região anterior do arco inferior: uma filosofia de tratamento. Ortodon Gaúch. 2005;9(1):5-12.

Thiruvenkatachari BHarrison JWorthington HO’Brien K. Early orthodontic treatment for Class II malocclusion reduces the chance of incisal trauma: Results of a Cochrane systematic review. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2015;148(1):47-59.

Profitt WR, Fields H, Sarver D. Contemporary Orthodontics. St Louis, Mo: Elsevier/Mosby, 2013.

Retratamentos ortodônticos. Por que tão frequentes?

Recentemente temos observado um número muito grande de pacientes insatisfeitos com o resultado do tratamento ortodôntico e procurando por um novo tratamento. Acredita-se que o nível elevado de retratamentos ortodônticos esteja vinculado à escolha da clínica/profissional para conduzir o tratamento e falta de comprometimento do paciente.

Para que os pacientes evitem um tratamento ortodôntico mal sucedido, recomenda-se a procura por profissional qualificado, especialista e com larga experiência na Ortodontia.

As causas da insatisfação são variadas e podem ser divididas em funcionais e estéticas. Os problemas funcionais ocorrem normalmente quando o paciente apresenta alguma dificuldade proveniente da oclusão inadequada atingida com o primeiro tratamento, podendo ser essa dificuldade na mastigação, fonação, deglutição ou outra atividade bucal. As queixas estéticas ocorrem normalmente por falta de alinhamento dos dentes, excesso de projeção de dentes superiores e inferiores dificultando o secamente labial, desalinhamento das linhas médias entre outros.

Normalmente a reintervenção ortodôntica é um procedimento mais complexo devido ao desgaste psicológico apresentado pelo paciente que já se submeteu a um longo tratamento sem sucesso, devido ao comprometimento biológico representado por reabsorções radiculares ou perda de suporte periodontal (retrações gengivais), muitas vezes pela necessidade de correção de erros provenientes do primeiro tratamento somados aos problemas oclusais originais do paciente e ainda pelo desgaste financeiro do paciente que precisará fazer um novo investimento no retratamento.

FIGURA 1

 

Nesse contexto é apresentado nas imagens o caso de uma paciente de 18 anos que procurou retratamento ortodôntico após 5 anos de um tratamento mal sucedido. A paciente já apresentava encurtamento radicular generalizado ao início do primeiro tratamento com 13 anos e esse quadro foi agravado com maior reabsorção radicular durante os 5 anos de tratamento. Além disso, a paciente apresentava retrações gengivais em alguns dentes, também provocadas durante o primeiro tratamento (Figura 1).

O planejamento ortodôntico para o retratamento objetivava o menor tempo de tratamento possível e a incerteza da obtenção de um resultado oclusal estético e funcional de 100%, devido ao comprometimento biológico apresentado. Foi utilizada mecânica com fios de aço e sem elásticos intermaxilares para redução de reabsorções radiculares e felizmente, devido a ótima resposta biológica da paciente durante o tratamento, foram obtidos resultados estéticos e funcionais satisfatórios (Figura 2).

FIGURA 2

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